domingo, 7 de junho de 2009

OS DOIS LADOS DA VIDA CRISTÃ


"Portanto, meus amados irmãos, sede firmes, inabaláveis e sempre abundantes na obra do Senhor, sabendo que, no Senhor, o vosso trabalho não é vão."(1Co. 15.58)

Hiroo Onoda, foi um soldado japonês que serviu seu país na segunda guerra mundial. Durante o treinamento seu superior lhe disse: Nunca abandone seu posto, nunca retire sua própria vida e espere o resgate, ainda que demore 2 ou 3 anos nós iremos lhes resgatar, fiquem na selva, camam côcos, bananas até que cheguemos para o resgate.
Onoda foi designado para defender uma ilha nas Filipinas, que por volta do ano 1945 foi tomada pelas forças aliadas, diante dessa situação ele e mais 3 soldados conseguiram fugir e se refugiar na selva. Um de seus companheiros se entregou, os outros dois morreram em combate contra as forças locais, um em 1954 e outro em 1972. Encontrado por um jovem estudante japonês que lhe declarara a rendição de seu país, se recusa a abandonar seu posto, a menos que receba uma ordem direta de seu superior. Em 1974, 29 anos depois do fim da guerra, o governo Joponês localiza o antigo comandante de Onoda que lhe ordena que deponha suas armas. Detalhe, ele usava seu uniforme e portava sua espada e seu rifle em condições operacionais.
Paulo está aqui, muito provavelmente, combatendo uma doutrina gnóstica, que diz não haver ressurreição do corpo pois criam que o espírito era bom e a carne era má. O apóstolo rebate essa idéia dizendo que se Cristo não ressuscitou vã é a nossa fé. Seu medo aqui é que os coríntios pensassem que como a vida cristã é muito difícil, e no final todos, justos e ímpios, teríam a mesma sorte, todos encerrariam sua existência com a morte, então não valeria a pena ser crente. Calvino comentando esse texto diz: "Em face dos obstáculos que temos de enfrentar constantemente, quem não perderia o alento ou se desviaria do caminho, não fosse o fato de sua constante meditação numa vida superior, mantendo-se no caminho e no temor de Deus". Paulo mosta os dois lados da vida cristã.

I - OS DESAFIOS

Os coríntios são convocados pelo apóstolo a se manterem firmes diante dos desafios. Escrevendo a Timóteo, na segunda epístola, no verso 1 do capítulo 2, Paulo recomenda: "Tú, pois, filho meu, fortifica-te na graça que está em Cristo Jesus". Calvino comenta: "Com essa expressão, fortifica-te, significa que Timóteo seria reanimado do desânimo e inatividade, pois a carne é tão morosa que mesmo os dotados de excelentes dons às vezes se entorpecem em meio à jornada, se não forem frequentemente despertados."
Servir a Deus é algo muito difícil, enfrentamos a oposição do mundo, do Diabo e até mesmo da nossa própria carne.
Ainda falando a timóteo, Paulo utiliza a figura de um soldado. "Participa dos meus sofrimentos como bom soldado de Cristo Jesus, nenhum soldado emserviço se envolve em negócios desta vida, porque o seu objetivo é satisfazer aquele que o arregimentou" (2Tm. 2.3,4).
Onoda é um grande exemplo, por 29 anos manteve sua posição, e só descansou quando seu oficial superior lhe deu ordem para fazê-lo. Seu comandante disse que ele deveria lutar até que voltasse para resgatá-lo, e foi o que Onoda fez. Ele não esmoreceu diante da demora, jamais pensou em desistir ou se entregar. Quanto a nós, pode parecer que o nosso comandante está demorando, mas Ele está a caminho. Permaneçamos pois, firmes, inabaláveis e sempre abundantes, não diminuamos o nosso vigor, alguns apesar de não desistir diminuem o rítimo, já não servem com a mesma alegria.

II - A RECOMPENSA

No Senhor o nossa trabalho não é vão. Em Apocalipse 22.12 lemos: "Eis que venho sem demora, e comigos está o galardão que tenho para retribuir a cada um segundo as suas obras."
Alguém disse certa vez, chegará a hora em que trocaremos a espada pela coroa. O próprio Senhor Jesus disse: E todo aquele que tiver deixado casas, ou irmãos, ou irmãs, ou pai, ou mãe ou mulher, ou filhos, ou campos, por causa do meu nome, receberá muitas vezes mais e herdará a vida eterna" (Mt. 19.29). Aquilo que Deus tem reservado pra nós é algo sublime, maravilhoso, coisas que nem olhos viram, nem ouvidos ouviram, nem ainda penetrou em coração humano (1Co. 2.9). É maior do que qualquer sofrimento que possamos passar: "Porque para mim tenho por certo que os sofrimentos do tempo presentenão podem ser comparados com a glória a ser revelada em nós (Rm. 8.18). O objetivo de Paulo no capítulo 15 da primeira epístola aos coríntios é dizer, vale a pena servir a Deus. Há lutas, mas há também recompensas, e essas compensam todo esforço e sofrimento. Que possamos dizer como o apóstolo: " Combati o bom combate, completei a carreira, guardei a fé. Já agora a coroa da justiça me está guardada, a qual o Senhor, reto juíz, me dará naquele Dia; e não somente a mim, mas também a todos quantos amam a sua vinda (2Tm. 4. 7,8)

REFERÊNICIAS

Wikipédia
CALVINO, João. 1Coríntios. Parakletos. São Bernardo do Campo. 2003.
CALVINO, João. Pastorais. Parakletos. São Paulo. 1998.

quinta-feira, 4 de junho de 2009

SIMPLESMENTE AMOR


O amor, não há nada mais belo que um poeta possa descrever, não há nada mais lindo que o filósofo possa pensar, não há nada melhor que possamos sentir e, acima de tudo, não há nada melhor que possamos exercitar.
Ontem eu vi um belo espetáculo de futebol, Vasco e Corinthians fizeram um bom jogo, cheio de alternativas, como vascaino tenho que lamentar o resultado, pois fomos eliminados da Copa do Brasil. Quisera que as lembranças desse jogo se limitassem aos noventa minutos de espetáculo. Aparentemente um grupo de corinthianos atacou um comboio de torcedores vascainos, que em maior número, revidou a agressão e um torcedor paulista foi assassinado, logo após o incidente seu corpo foi deixado semi-nú, ali mesmo, na rua.
Que amor é esse que leva as pessoas a machucarem e até matarem umas às outras, depredarem estabelecimentos, destruir veículos. Eu te amo vascão e vou matar alguém por você, te amo coringão e vou dar uma surra em um torcedor rival. Isso não é e nunca foi amor, isso é fanatismo. No meu conceito amor é algo sublime, a Bíblia diz que Deus é amor, faz parte da essência do Criador. O apóstolo Paulo diz mais: O amor é paciente, é benigno; o amor não arde em ciúmes, não se ufana, não se ensoberbece, não se conduz inconvenientemente, não procura os seus interesses, não se exaspera, não se ressente do mal; não se alegra com a injustiça, mas regozija-se com a verdade; tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta (1Cotintios 13. 4-7). Amar é dar à pessoa amada o que temos de mais precioso, nós mesmos, Deus amou ao mundo de tal maneira...e o que Ele fez? Se deu, se doou, se entregou.
Tem uma música que diz o seguinte: i believe i can fly, i believe i can touch the sky..."Eu acredito que posso voar, eu acredito que posso tocar o céu". Eu só lembro desse trecho da música, se estou citando um texto fora de contexto, me perdoe, mas é assim que eu me sinto quando estou próximo das pessoas que eu amo, não consigo fazer ou sequer pensar em coisas ruins. Eu queria saber quem foi que disse que matar um semelhante é uma prova de amor, e quem em sã consciência, gostaria de tal demonstração de "afetividade"?
Não quero entrar no mérito de quem começou, se foi legítima defesa, o Vasco continua na segunda divisão e eliminado da Copa do Brasil, se fosse o contrário, o torcedor morto fosse do clube carioca, que glória haveria para o Corinthians?
Havia um hino na Igreja Católica que diz: Sempre fica um pouco de perfume nas mãos que oferecem rosas. Eu decidi, vou dar a minha vida para que as pessoas que eu amo se sitam felizes e em contra partida, também receberei carinho. Bem melhor do que dar e receber porrada, você não acha?

quarta-feira, 3 de junho de 2009

UMA REFLEXÃO SOBRE A IGREJA E SEU PAPEL DE INFLUENCIAR A SOCIEDADE.


Como estamos no mês de junho, achei pertinente elaborar um estudo para a igreja onde exerço o ministério que Deus tem colocado em minhas mãos sobre festa junina, sua origem e relação com a fé cristã. Eu gosto muito quando as pessoas participam expondo suas dúvidas e a IPB Filadélfia é muito participativa. Um questionamento em especial me levou a refletir sobre a igreja e sua ação na sociedade onde ela está inserida, não me refiro a uma igreja local, mas sim, na igreja como organismo e organização, mais especificamente a igreja brasileira, onde o protestantismo vem crescendo a contento.
"Se as festas juninas têm origem no paganismo e seu molde atual é idólatra, o que temos para apresentar como alternativa? Criticamos a forma como a sociedade comemora a páscoa, com seus ovos de chocolate e coelhos, o carnaval e outros eventos supostamente folclóricos, mas não apresentamos nada como alternativa cristã saudável."
Essa afirmação é mais profunda do que parece, o cristianismo tem crescido numéricamente, mas não qualitativamente. O cristianismo atual é muito pragmático, infelizmente não dá para resgatar certos costumes que tínhamos a tempos atrás. O surgimento do pentecostalismo e de movimentos pára-eclesiásticos fizeram que, até nós crentes históricos, abandonássemos certas práticas e aderíssemos a outras. Infelizmente aquelas programações e eventos que tanto nos marcaram, simplesmente não são viáveis hoje, está ultrapassado, fadado ao fracasso.
A estrutura eclesiástica brasileita tem gerado o que o Rev. Caio Fábio chama de crentes intoxicados de uma cultura milenar que não sai de nós do dia pra noite, pra piorar as pessoas procuram poder e não conhecimento e a única razão pela qual eu me lembro que o próprio Deus diz que seu povo está sendo destruído, é porque lhe falta conhecimento (Os. 4.6).
Quando não conhecemos as Escrituras, deixamos de influenciar o mundo com a vontade de Deus, e pior, nós é que somos influenciados por ele.

REFERÊNCIAS

FONSECA, Salvador Moisés da. Festas Juninas: série respostas da fé cristã. CEIBEL. Patrocinio/MG.
D'ARAÚJO, Caio Fábio Filho, Espiritualidade Cristã em um Mundo Pagão.